domingo, 13 de dezembro de 2009

III- O Deus de Jesus Cristo


III – O Deus de Jesus Cristo

  1. A relação do Pai com o Filho (João 1.1-5) – O evangelista João que segundo alguns estudiosos da Bíblia foram um verdadeiro discípulo intelectual de Platão, toma de empréstimo o termo Logos (=Verbo) para identificá-lo com a pessoa de Cristo. Ele mostra Cristo a serviço do Pai, construindo todo o universo numa relação muito íntima com o Pai e o Espírito Santo. Apesar de ser uma das pessoas da Trindade, quando perguntado de sua volta ele responde que só o Pai sabia deste evento o que demonstra que seu conhecimento se limitava ao conhecimento do Pai. Na I Epístola aos Corintios Paulo declara que após Jesus vencer todas as potestades do mal, quando todos estiverem sob o seu poder, mas o apóstolo faz questão de afirmar todos não inclui a Deus, ele também se submeterá ao Pai para que Deus seja tudo em todos. Notemos que o apóstolo faz questão de tornar distinto o Pai do Filho, embora extremamente relacionados um com o outro.
  2. Jesus se apresentou como zelador de Deus – o zelador é aquele que cuida das coisas do seu superior, evitando que de alguma maneira a imagem, o patrimônio. do seu senhor sejam prejudicados. Jesus na sua curta trajetória existencial aqui na terra, apenas 33 anos, cuidou da imagem e dos bens do seu Pai. Ora mostrando os desígnios divinos, sempre em favor da humanidade, a imagem de pai amoroso, mas justo e santo que ama o pecador, mas detesta seus pecados.
 Que às vezes interfere no destino da humanidade tentando por as coisas em ordem, enfim o Deus que muitos insistem em desconhecer. Em momento algum procurou colocar-se a frente de Deus, e como diz Paulo aos filipenses 2.6. que Jesus não teve por usurpação ser igual a Deus, mas submeteu-se a vontade santa do Pai. Os Evangelhos chamam Jesus de imagem de Deus dando a impressão do Pai e o Filho serem a mesma coisa o que não é verdade. Minha imagem que aparece no espelho não sou eu, ela me retrata com a maior fidelidade, mas ainda assim não sou eu, o mesmo acontece cm Cristo, olhar para ele é o mesmo que olhar para Deus ainda assim são distintos com personalidade diferentes, porém voltadas para o mesmo objetivo.
  1. Sua parceria com Deus visando à salvação do homem – contrato este firmado antes que o homem passasse a existir. Por conta de sua presciência Deus sabia o iria acontecer, até mesmo a saga de Satanás estava previsto nos planos de Deus. Logo que o pecado se consumou Ele anunciou seu plano de salvação. Cristo foi anunciado como o que pisaria a cabeça da serpente e a vitória sobre a morte que estava começando a aparecer. Cristo aparece em várias formas de alegoria dentro da reforma pictórica de Deus. Ele substituiria Isaque, o Cordeiro pascal, o cordeiro fora do arraial, o 4º anjo visto por Daniel, a pedra atirada por Davi contra Golias, todas as figuras colimavam para o objetivo máximo de Cristo: sua morte na cruz. Não se diga que essa parceria foi fácil de ser executada, Embora de personalidade divina Jesus trazia consigo o seu lado humano, que tinha as mesmas necessidades do homem. Fome, sede, cansaço, sono e o que é pior medo, pois sem esse sentimento social a obra de Cristo seria uma palhaçada, um teatrinho para enganar a humanidade, posto que as manifestações fossem puro engodo. O medo que Jesus sentiu o levou a pedir ao pai que se possível fosse inventasse uma outra forma para salvar a humanidade, um apelo à inteligência do Pai na busca de outras formas de solução ao problema da salvação humana, porém se conformou que os desígnios do Pai, oração essa que muitos crentes fazem sem atentarem que as circunstâncias eram especiais e não se aplicava às orações do nosso dia-a-dia.
  2. Quando Deus abandona Cristo – a oração de Jesus: Deus meu, Deus meu porque me abandonaste? – indagação esta de quem mal podia falar (a cruz com a trave no meio, uma invenção dos cartagineses, retirava o oxigênio dos pulmões) ecoou de modo significativo na história. Freud nunca perdoou Deus por este abandono acusando-o de parricídio, grandes teólogos também não entenderam esse abandono. Em Isaías 53 o profeta descreve de forma magistral a obra de Cristo como o cordeiro de Deus, os sofrimentos, a dor, a humilhação do Filho de Deus. Porem no verso 11 do mesmo capítulo ele fala da obra de Cristo como um parto (em português traduziram como trabalho, no francês é travail = parto) um parto normal só acontece quando surgem às dores, sem elas o parto não acontece. As dores de Cristo foram às dores do parto da humanidade, Deus não poderia fazer nada a não ser dizer: meu filho suporte as dores senão não haverá parto.
  3. Cristo recompensado por Deus – na sua ascensão gloriosa aos céus Jesus encontrou a recompensa pela obra realizada. Despido desse envelope imundo que é o nosso corpo, corpo esse que ele chamou de carne fraca agora ele podia atravessar portas trancadas, ter sua aparência translúcida, sua vitória estampada diante dos seus discípulos. Paulo diria vitoriosamente: onde está ó morte o teu aguilhão? Satanás sentiu-se derrotado e as hostes infernais recolheram a sua própria indignidade, enquanto as celestiais glorificavam a Deus com hinos de vitória.

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