sábado, 14 de novembro de 2009

DEUS QUE SE APRENDE NA BIBLIA




II - O DEUS QUE SE APREENDE DA BÍBLIA

  1. Elohim Deus das alturas

É a primeira visão que a Bíblia nos mostra de Deus, o termo conota uma pluralidade de deuses, o m no hebraico, é o mesmo que o s na língua portuguesa. É a mesma pluralidade que se encontra na maioria das trindades dos escritos antigos. Deus-pai, Deus-filho, Deus- Espírito Santo (mãe). Notemos que Ele fala: façamos o homem, termo plural que indica que não foi apenas um, mas os três que criaram o mundo. João nos diz que foi Jesus, o Verbo a causa eficiente, quem criou todas as coisas, sob as ordens de Deus, o pai, e o Espírito Santo organizava (pairar quer dizer chocar que é o verbo invocado para o trabalho organizador das galinhas) todas as coisas dando calor e harmonia ao que o Filho ia criando.

1-  Porém Deus acrescenta: façamos o homem a nossa semelhança e segundo o imaginamos.
Dentro da sua doutrina da economia, pouco estudada, fez apenas um homem tendo tirado de dentro dele a parte feminina (o primeiro homem era completo) fazendo com que sua personalidade de partisse em dois, obrigando-os a se juntarem se pretenderem se multiplicar, o que prova que homossexualidade não gera nada, não tem fertilidade e apoio divino.
            Notemos que expressão viu Deus que era bom é a expressão da democracia os três combinaram que a obra era boa. Era a Trindade harmônica tão diferente das trindades dos escritos antigos que se digladiavam e pela dialética de suas disputas que o mundo se sustentava.
  1. O Deus pessoal do paraíso – há uma teoria denominada de deismo que afirma que Deus criou todas as coisas e foi embora deixando o homem por sua própria conta. Todavia a narrativa do Gênesis nos fala de um Deus pessoal que se comunicava com Adão e depois seus descendentes que se comunicava diariamente com o primeiro homem até o momento do seu pecado. Depreende-se do texto que Ele deve ter ensinado ao primeiro homem como se vestir o que devia cobrir. A comunicação de Deus com o homem que ele quando pecou ficou se escondendo numa prova relacional entre Deus e o homem.
  2. Humanizando Deus – embora Deus não se tornasse humano a sua relação com o homem assumiu o caráter humano, Deus conversava, trocava idéias com o homem e em alguns fatos se apresentava totalmente humano.
3.1.   As enroladas de Abraão – na oração que Abraão faz em favor das cidades de Sodoma e Gomorra, vemos o patriarca tentando “enrolar” a Deus, com a questão do número de pessoas da cidade, e isto ele só fez por ter intimidade com Deus, tratá-lo tão humano que pensou em enganar a Deus que não o repreendeu e até concordou com sua enrolada. Ele via Deus como vemos nosso próximo, só que com o devido respeito que tratamos as autoridades. Abraão procura enganar o rei da cidade onde ele foi negando sua condição de esposo de Sara, porém Deus não o castigou respeitando sua humanidade. (Gen. 18.23-33)
3.2.   Os anjos usam de prudência no episódio de Sara –(Gen. 17.15-18;18.11-14) – Deus através dos anjos comunicava-se com Abraão, Ló e os que fossem necessários. Quando o anjo do Senhor comunicou a paternidade de Abraão e sua esposa ouviu e ela riu pelo fato de ser ela uma velha e seu esposo um velho, os anjos sabiam do que aconteceu, mas não envergonhou o patriarca, falando da sua velhice como limitação para produzir filhos, pois não é finalidade divina separar casais e si uni-los.
3.3.   Talvez o episódio mais significante tenha sido a luta de Jacó com Deus (Gen. 32.22-28) – lutar com Deus é um termo que assume proporções heréticas, pois quem se atreveria a lutar com um Deus magnífico como o nosso Deus? Mas Jacó fez. E o que é pior: ele venceu! O rei Ezequias lutou e venceu foi anunciada a sua morte e ele em oração lutou com Deus e venceu: ganhou muito mais tempo de vida. Não precisa ser um super-homem para enfrentar o divino basta ter fé, ainda neste estudo falaremos de outros heróis da fé que lutaram e venceram a Deus e Ele parece gostar dessa derrota, pois sente que entre seus fiéis adoradores existem aqueles que não se comportam como marionetes, que não se conformam com o poder da predestinação divina.

3.4.   Já com Samuel acontece um fato inusitado (I Samuel 16.1-3) – Deus estava impaciente com Samuel por ele não retirado o reinado de Saul e ordena ao profeta que fosse escolher o sucessor dele. Mas Samuel retruca dizendo: se eu for à casa de Jessé e disser que vou escolher o substituto de Saul e ele souber manda-me matar. Deus podia ter dito vá que eu “seguro as pontas” e com meu poder não permitirei que você sofra nada. Mas não. Ele ensina um geitinho a Samuel: você não precisa dizer a verdade, diz apenas que vai fazer um sacrifício ao Senhor e nesse intere escolhe o substituto. Deus prova sua humanidade nesse episódio e nos leva a crer num Deus mais humano do que se pensa longe daquele Deus que se esconde nas alturas e que exige que nossa comunicação se já aos gritos e nas montanhas mais elevadas ou nos templos de alta envergadura.
3.5.   Finalmente temos o profeta Elias – (I Reis 19.8-15) – Um dos maiores profetas do Velho Testamento, realizou milagres extraordinário segundo a vontade de Deus, mas como todo grande homem ele teve seus momentos de fraqueza. Um deles foi quando Jezabel o ameaçou de morte, ela que já matara tantos outros assustou Elias. Das sensações mais desagradáveis o medo é uma delas, só quem já sentiu sabe o que ela provoca no ser humano. Elias se sentiu arrasado, perdeu toda a vontade de lutar e buscou no sono escondido numa gruta de caverna o refúgio para a sua angústia. Deus respeitou as agruras do seu servo e não o incomodou deixando-o dormir mesmo após acordar viu a comida que o Senhor cuidadosamente preparou para ele, sua angústia era tanta que ele nem perguntou quem preparara aquilo, comeu e novamente dormiu. Deus mostrou-lhe várias visões: o vento, o terremoto, o fogo e finalmente um vento cicio algo calmo onde o profeta sentisse que ali estava Deus, tomou fôlego e reiniciou sua luta, ali estava um novo Elias, esse é o Deus que precisamos crer.


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