quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Estudo sobre A Fenomenologia de Deus


A fenomenologia de Deus
Justificando o título
A fenomenologia é um método alemão de pesquisa que busca descobrir a substância das coisas independente das essências ou circunstâncias que essa coisa possa vir acompanhada.
Embora segundo Kant essa substância ou noúmeno seja praticamente impossível de ser conhecida, a busca por ela deve ser perseguida e para isto a fenomenologia fornece as ferramentas que permitirão a essa pesquisa uma aproximação bem próxima do real. Naturalmente essa pesquisa fenomenológica deve ser acompanhada de rígida avaliação, afastando todo tipo de valor pessoal, social, ético que possa prejudicar o pesquisador. Do ponto de vista científico a fenomenologia é aceita sem a menor restrição, todavia nas ciências humanas os empecilhos são das mais variadas ordens. Sociólogos, assistentes sociais, historiadores se sentem impedidos de prosseguirem na caminhada fenomenológica face aos valores que teriam que desprezar. E que dizer dos teólogos? Por medo de arriscar a fé, de ser apontado como herege, os teólogos atuais dificilmente enveredam pelo caminho fenomenológico preferindo ficar no conhecimento de sombras (ver Platão), aceitando teorias defasadas, a se arriscar a ser “queimado” diante das tradições religiosas, e covardemente se acomoda ao que todos pensam ainda que ele saiba que está errado.
Nossa proposta é fazer uma fenomenologia de Deus, separando-o do jargão e axiomas denominacionais, e a semelhança dos que querem curar uma doença e colocam o vírus dentro de uma redoma para estudá-lo mais cuidadosamente, queremos tirar Deus deste complexo mundo de temas e títulos que nada dizem de sua natureza, de sua expansão que a lógica lhe dá e redomá-lo a uma compreensão do que realmente ele é. Alguém poderia objetar dizendo que estamos com os gnósticos que pretendiam descobrir quem é Deus filosoficamente. Nossa pretensão é mais modesta, não queremos saber quem Ele é e sim o que Ele significa para nós através do tratamento que lhe damos. Volto a dizer: não o que Ele é e sim como o vemos, que projeção tem de sua imagem.








O restante estará no desenvolvimento do tema.

3 comentários:

  1. Prezado Dr. Ednaldo, fiquei muito contente com seu contato por intermédio de meu Blog e já sou um seguidor de seu Blog. Espero que possamos trocar pensamentos e reflexões em diálogo constante que possa nos proporcionar, além de m mútuo crescimento, a oportunidade de engrandecer quem dele participar, ler ou estiver perto.

    Quero sugerir-lhe uma comunidade que participo onde pretendemos um contato mais estreito entre as pessoas: Reflexus, Nexum, Amplexus, no endereço http://relexus.ning.com

    Grande abraço...

    Gilberto Miranda Jr.
    http://miranda-filosofia.blogspot.com

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  2. A proposta dessa sua postagem, tentando delinear a natureza do fenômeno divino no ser humano é das mais interessantes. Irei acompanhá-la com entusiasmo, caro novo amigo.

    Venho defedendo ha um certo tempo que a nossa relação com o divino é uma necessidade racional, delineada desde a escola pitagórica e eleata que preconiza uma Unidade diretora que organiza hierarquicamente o universo de forma a torná-lo inteligível.

    Ambas escolas, que mais tarde desembocaria na filosofia platônica e tendo continuidade na aristotélica, curiosamente, vai na contramão do início da Filosofia, que em meu entendimento, dava continuidade à tradição homérica e hesiódica de concepção cosmológica.

    Tenho alguns estudos, que oportunamente gostaria de dividir com o senhor, que dá conta dessa mudança cosmológica a partir da influência órfica na Filosofia. Em suma, a necessidade racional da Unidade, promovida pelos órficos (possivelmente por influência oriental), subverte a cosmologia aquéia do Caos à Ordem que influênciara os Jônicos atraves de Homero.

    Parece-me, caro doutor, que toda a nossa relação com o divino, na ocidentalidade, se delineou a partir dessa "virada cosmológica", o que possibilitou a aproximação com a concepção hebraica, quando sob o domínio Romano de ambas as culturas: a grega e a hebraica.

    Temos aí a dualidade na concepção de mundo e suas possibilidades. De um lado uma visão que preconiza a ação do Espírito Humano na transformação da Ordem, com autonomia e liberdade. E do outro uma visão que preconiza uma Ordem Pré-Estabelecida cujo livre-arbítrio humano é instrumento para que ela aconteça.

    Grande abraço

    Gilberto M. Jr.

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